sábado, 14 de julho de 2012

Efeitos do plástico e a grande porção de lixo do Pacífico


albatroz e lixo
Image courtesy Algalita Marine Research FoundationA população de albatroz foi devastada pelo plástico
O plástico afetou severamente os albatrozes, que percorrem um grande caminho do norte do Oceano Pacífico. Eles geralmente apanham o alimento onde quer que esteja, o que faz muitos pássaros ingerirem plástico e outros lixos, levando-os a morte. Na Ilha Midway, que fica em contato com partes da Porção de Lixo Oriental, os albatrozes dão à luz a 500.000 filhotes anualmente. Duzentos mil deles morrem, muitos pelo consumo de plástico que seus pais lhes dão, confundindo-o com comida. No total, mais de um milhão de pássaros e animais marinhos morrem por ano, seja porque ingeriram plástico e outros lixos ou porque ficaram presos neles.

Além de acabar com os animais selvagens, o plásticos e outros detritos danificam barcos e equipamentos submarinos, espalham-se pelas praias, impedem as pessoas de nadarem e prejudicam as indústrias de pesca local e comercial. O problema do plástico e outros lixos acumulados afeta praias e oceanos do mundo inteiro, incluindo os dois pólos. As massas de terra que acabam no caminho dos redemoinhos giratórios recebem grande quantidade de lixo. As 19 ilhas do arquipélago havaiano, incluindo a Midway, recebem quantidades maciças de lixo lançadas dos redemoinhos. Boa parte do lixo é antiga. Algumas praias ficam cobertas de 1,5m a 3m de lixo, enquanto outras ficam cheias de "areia plástica", milhões de pedacinhos, como se fossem grãos, de plástico que são praticamente impossíveis de limpar.

A maior parte desse lixo não vem dos navios - 80% do lixo do oceano origina-se da terra. O resto vem de navios comerciais e particulares, de equipamentos de pesca, de plataformas petrolíferas (em inglês) e da queda de contêiners no mar (seus conteúdos freqüentemente são levados pelas águas e chegam às costas distantes anos depois).

Alguns esforços podem ajudar a lutar contra a maré do lixo. Os tratados internacionais que proíbem o despejo de lixo no mar devem ser reforçados. A água de esgoto não tratada não deveria desaguar no oceano. Muitas comunidades e alguns países que se encontram em pequenas ilhas acabaram com o uso de sacolas plásticas. Essas sacolas geralmente são recicláveis, mas bilhões delas são jogadas fora todo ano. Nas Ilhas Havaianas, programas de limpeza levam voluntários às praias para recolherem o lixo, mas algumas delas, mesmo as que passam por limpezas regulares, ainda estão repletas de camadas grossas de lixo.

Os cientistas que estudaram o problema afirmam que recolher todo o lixo do oceano é simplesmente impossível, além de prejudicar o plâncton e outras vidas marinhas. Em algumas áreas, podem ser coletados grandes fragmentos, mas não é possível, por exemplo, limpar completamente uma parte do oceano que amplia a área de um continente e estende-se mais de 30m abaixo da superfície.

Praticamente todos os especialistas que falam do assunto levantam o mesmo ponto: depende do controle do lixo na terra, de onde vem a maior parte dele. Eles recomendam convencer as empresas a encontrarem alternativas para o plástico, especialmente seguras, em relação ao ambiente, e com embalagem reutilizável. Programas de reciclagem deveriam ser ampliados para acomodar mais tipos de plástico, e a população deveria ser educada sobre seu valor.

Em outubro de 2006, o governo dos Estados Unidos estabeleceu o Monumento Marinho das Ilhas Havaianas do Noroeste. Essa longa faixa de ilhas, localizadas a noroeste do Havaí, freqüentemente, entram em contato com a Porção de Lixo Oriental. Após a criação do monumento, o congresso aprovou a legislação para aumentar os fundos para os esforços de limpeza e obrigou que várias agências governamentais expandissem seu trabalho de limpeza. Pode ser um passo importante, especialmente se levar a uma maior atenção do governo para um problema que, embora terrível, apenas recebeu atenção científica séria no início da década de 90.

Disponível: http://ciencia.hsw.uol.com.br/lixo-pacifico.htm

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